Colocação de fotografias e texto

As imagens que colam o real ao tempo e viajam no espaço, são neste blog um tema a explorar nas mais diversas áreas , trazendo até nós os seus pequenos universos conquistados ...num simples disparo.
"gentes e espaços", pretende também promover a discussão de temas importantes sobre ambiente e conservação, sociedades, cultura, politica entre outros...


sexta-feira, 22 de março de 2013

O meu primeiro aquário de reef


Projecto iniciado há um ano, teve como objectivo elevar a dificuldade do interesse pela aquariofilia a um patamar mais ambicioso , neste caso um aquário de recife de coral.  Conseguir controlar e monitorizar as  variáveis que sustentam o equilíbrio ecológico de um aquário marinho de corais , tem sido sem dúvida um desafio extremamente gratificante ao mesmo tempo que nos desperta quotidianamente para a fragilidade dos ecossistemas dos recifes de corais.

Ciganus vulpinus


Peixe palhaço 

Amphriprion frenatus

No que nos tornámos...(alguns)

Longe vai o tempo em que paulatinamente conseguíamos mudar contextos, em grupos ou individualmente acreditávamos em melhorar o nosso espaço social, as relações que estabelecíamos com o meio envolvente tinham uma génese construtivista uma perspectiva positivista das coisas, simples ou complexas, o objectivo era melhorar . A globalização trouxe mecanismos que nos permitiram reflectir e pôr em evidência , cada vez mais exigente, o significado da nossa existência . A simbologia das coisas tornava-se mais acutilante, quer para mim quer para os elementos dos grupos com que me relacionava, uma consciência colectiva trabalhava na ingenuidade para uma sociedade melhor. De qualquer forma as nossas estratégias de acção estavam intimamente ligadas ao habitus de cada um e ao habitus do grupo. Considerei importante trazer para este texto a noção de *habitus de Pierre Bourdieu pois explica como as práticas sociais se edificam no espaço social, pelo que a compreensão deste conceito nos permite verificar como uns tentavam mudar o mundo para cenários sociais, culturais e ambientais mais justos,  e outros tentavam angariar condições para mudar o mundo à sua imagem.( ou da classe de pertença ). O habitus segundo Bourdieu é um princípio " gerador de práticas ", isto porque é um sistema socialmente disponível de esquemas de pensamentos , de percepção de disposições, é a aquisição de conhecimentos que os indivíduos adquirem no seu percurso e no seu campo social onde existem. O habitus subsidia a predisposição para a acção e é diferente de cada um e de cada grupo ou classe. Mediante a nossa experiência de vida , do dia-a-dia, baseada numa determinada posição social que ocupamos, ocupámos, o agente social, eu, nós , elaborámos num processo construtivo configurações mentais que funcionam como princípios de avaliação e classificação das coisas que nos rodeiam. A percepção das coisas e a sua simbologia dependem do percurso, aleatório, (pois não está destinado à partida, embora condicionado ) que atravessamos, individualmente e colectivamente.  Infelizmente verifico com uma perplexidade anormal que aquilo em que acreditava, por conseguinte  as "coisas"  e o "meio" responsáveis pela construção das nossas acções, não são eternas e imutáveis, ao invés disso são extremamente dinâmicas, mas esse dinamismo social e ambiental não me preocupa, torna-se demasiado constrangedor quando as " coisas " e o " meio" agem no social por ideologias de poucos , juntos em agrupamentos ou classes dominantes. Em suma, continuo a acreditar que é certo e era certo, continuo a crer numa sociedade justa , democrática e equilibrada, mas vejo um espaço social carregado de gentes sem processo socializador, no bom termo , indivíduos que o seu " capital" é limitado em que a sua percepção das coisas colidem com o significado humano das mesmas, tentando criar um mundo à imagem da sua classe, deparvada em toda a sua constituição e constituintes, mutantes de baixo nível que põem em causa a evolução da nossa espécie, quer no seu sentido biológico, como social e cultural.