Colocação de fotografias e texto

As imagens que colam o real ao tempo e viajam no espaço, são neste blog um tema a explorar nas mais diversas áreas , trazendo até nós os seus pequenos universos conquistados ...num simples disparo.
"gentes e espaços", pretende também promover a discussão de temas importantes sobre ambiente e conservação, sociedades, cultura, politica entre outros...


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O Cante Alentejano...parabéns às gentes que o preservaram ...

Não obstante todo o contexto que envolveu a candidatura do Cante Alentejano a património imaterial da humanidade e que temos neste momento conhecimento que foi bem sucedida, gostaria de deixar aqui uma nota de apreço pela perseverança das gentes do povo que ao longo dos tempos e dos espaços manteve uma forma única de comunicar e expressar um sentimento colectivo de uma população, de uma região que  historicamente foi ( e ainda o é ) flagelada por determinismos políticos e económicos que em muito moldaram a maneira de ser das gentes alentejanas. 
Esta manifestação cultural está no seu todo ligada ao culto da terra e à religião, uma mística sentida pelo isolamento geográfico destas terras do interior alentejano, no sofrimento das populações que viviam o seu quotidiano sem grandes pretensões, quase que deixando cair o significado da sua existência  à miséria de ganhar o pão no fim da jorna.
A meu ver o maior legado que recebemos do cante é o sentimento de pertença à terra, da camaradagem, da família e da fé, aqui reside provavelmente a forma encontrada destas gentes da vida ter significado, da universalidade de ser e sentir, e foi através do cante que as pessoas ganhavam alento para continuarem com sentido o dia que ai vem.
Ao escutarmos o cante alentejano rapidamente nos apercebemos dos elos que forjam as ligações materiais ao espírito  : "...eu sou devedor à terra e a terra me está devendo, a terra paga-me em vida e eu pago à terra em morrendo ..." 

O Cante Alentejano é uma homenagem que o humilde povo alentejano presta à terra, à Mãe  e a "quem lá de cima" lhes dava sustento...e por último a um tintinho (para afinar a voz) ...




sábado, 15 de novembro de 2014

O Grande Eça...o problema é que não se vislumbra novo mundo económico, mas sim a perpetuação das economias forjadas na corrupção...agora são os vistos Gold - miséria !

"Hoje que tanto se fala em crise, quem não vê que, por toda a Europa, uma crise financeira está minando as nacionalidades? É disso que há-de vir a dissolução. Quando os meios faltarem e um dia se perderem as fortunas nacionais, o regime estabelecido cairá para deixar o campo livre ao novo mundo económico."

Eça de Queirós

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Também fui aliciado para dar um parecer sobre os submarinos....

Acreditem que é verdade , na altura o Srº Janela responsável pela distribuição dos dinheiros públicos para aquisições de material para as Forças Desarmadas perguntou-me o que achava sobre a compra para a Marinha dos subs. e qual a minha posição na interacção que eventualmente iriam ter com os golfinhos do estuário do Tejo e do Sado. Para este acto de consultadoria iria receber 50 mil eurózios. Ao dar a minha consulta em que ia referir que os golfinhos provavelmente iriam adorar ter ali os subs., uma voz entoou : "...então rapaz e o pessoal que trabalhou uma vida inteira e não tem dinheiro para duas refeições e só toma meio comprimido por dia porque o que recebe do Estado não dá para mais???" bem...este pensamento foi o suficiente para ter declinado os eurózios e o assunto ficou por ali com um aperto de mão. Pondo de lado esta metáfora, facto é que em nada me surpreende que a Família Ámen tenha recebido 5 milhões para dizer sim Srº Janela esses Subs . são brutais,... mas alguém fica espantado com a notícia? Amigos, estamos num país podre, eu quando dei por uma situação regionalmente semelhante e denunciei a mesma ás Instâncias competentes de nada me valeu, fui parar à rua, perdi parte do meu ordenado e no fim está tudo na mesma, e mais dinheiro essa personagem gastou nos entretanto tendo o Estado conhecimento do que se passava. Bem... como não espero melhoras nisto vou-me dedicar à pesca porque crítica política e social não é "mais" para mim...cuidem-se!

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A Montanha pariu um rato e a comunicação social uma ratazana!


A bicheza andam n’aí, mas se eles andam aí não foi porque a montanha pariu o que quer que fosse, mas a imprensa é bem capaz de parir ratazanas e essas cuidado que entram todos os dias em nossa casa, infelizmente não existe antidoto eficaz. Penso, no entanto, que podemos  fugir do caminho delas, e como? Simplesmente pondo em causa a capacidade dos meios de comunicação parirem ratazanas! O método é simplesmente fantástico, se a ratazana quer chegar com propósitos de insalubridade, a malta troca as voltas e desinfecta o esgoto, não lhe dando as condições de vingarem. Vivemos de paredes meias com “ Informação “, se a mesma teve e tem a condição necessária e suficiente para produzir conhecimento e elevar a Sociedade a níveis de Globalização, também o faz no sentido inverso, “desglobaliza”*! Onde está o meio termo? É vestigial, neste momento o que escutamos é simplesmente conteúdo intencional de Grupos de Poder, que detentores de informação privilegiada a usam num sentido individual, com objectivos de manipulação da opinião Pública em ordem a imperativos económicos (para eles claro). Grande parte da informação vêm com uma pescadinha de rabo na boca já frita e acompanhada com um arrozito de tomate…, ora que bom, o processo é fácil, basta especular, pressionar e limitar a liberdade de imprensa produzida pelos mass media através de poderosíssimos lobbies instalados nas altas esferas financeiras. A informação é em grande parte constituinte da nossa opinião e molda-a tão eficazmente como a força intencional de quem a produz. Têm efeito? Claramente…quantas vezes nos sentimos baratas tontas tipo varejeiras do campo sem saber para que lado está o vento, ou melhor, qual a notícia certa? Vejamos o caso da TAP…avarias aqui, avarias ali, cai não cai, falta uma porca ou um parafuso, arrebenta ou não arrebenta o belo do motor …enfim…tragédia atrás de tragédia, e porquê? Interessa esvaziar a empresa do seu valor acrescentado ( segurança, competência, etc…) para ser adquirida a preços mais em “conta” , como aconteceu com a PT. Para o tuga como eu, o impacto da notícia preocupou-me de imediato, quase como um reflexo instantâneo pensei que a minha TAP já não voa com as porcas todas! Mas se tivermos vontade de apanhar a ratazana é só questionar: será que os contornos das notícias são os que eu sinto e assimilo desde logo? Claro que não, a TAP voa com as porcas e as anilhas todas, a natureza das notícias é especulativa e com intentos económicos, privatizar a companhia e comprá-la a preços baixos…e problemas há??? Nada ! E agora como ficamos com as notícias que todos os dias em toda a hora e em todo o lugar nos chegam aos sentidos ? O que fazer às ratazanas? Bem não é fácil, em primeiro lugar fugir delas principalmente nas horas de maior actividade, em segundo procurar diversificar as fontes de origem da informação e em último questionar se sempre existe a tal pescadinha…em suma o resultado é sempre da nossa responsabilidade e habilidade com que desfragmentamos as notícias, infelizmente os papás das ratazanas os famosos ratos do armário sabem que o tempo para isso é coisa que a populaça não têm!


* Se a Globalização é responsável por tornar o Mundo uma “ aldeia global” a “desglobalização” inverte o processo tornando o Mundo um espaço cada vez mais sujeito aos individualismos tecnocratas das grandes organizações secretas (mas claramente activas) internacionais. O controle da informação é uma arma poderosa!

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Cuidado ao passear na praia....

Na maior parte dos momentos em que vamos à praia esqueçemo-nos que partilhamos este espaço com outros seres...que frágeis e delicados ficam à mercê do lixo e da nossa atenção para conseguirem sobreviver e tratarem do seu ninho...



terça-feira, 26 de agosto de 2014

Flamingos



O nosso espaço

O nosso espaço social, dimensão na qual nos posicionamos face à existência e reproduzimos todo um conjunto de aprendizagens impregnadas num processo evolutivo tão distante e às vezes tão espantosamente recente, diz-nos que não somos nada enquanto seres presentes e conscientes se não cultivarmos o nada na presença de outros seres, que diferentes são suficientemente muito mais belos que nós próprios.... O nada já implica uma certa conquista, não queremos ser tudo , pois de tudo não temos mesmo nada !

O nosso património natural....


A maior lua do ano


Costa Alentejana e Vicentina

Felizmente podemos ficar descansados pois ao que parece o litoral Alentejano e Vicentino a que corresponde, para mim, um dos locais mais bonitos de Portugal, não foi comprado pela família "Ámen" e ao que investiguei também não o foi pela família "Bello" e por ai fora...portanto pertence a...não arrisco! 


quinta-feira, 3 de julho de 2014

Quando vejo uma Águia lembro-me da Segurança Social...porque será???

Ontem fui solicitado pela minha vizinha para lhe explicar o que queria a Desprotecção Social com uma carta que lhe dirigiu. Acercou-se de mim cansada, não só pela idade, mas por toda uma vida de labuta que estampada no seu rosto não me deixa a menor dúvida do seu percurso de muito trabalho e canseira. Ao ler a referida carta, constactei a ansiedade que se espelhava no seu rosto trabalhando os olhos para cores mais avermelhadas como se estivéssemos perante uma indigitação de uma carta da judiciária ou coisa do género. Ao ler então a dita, verifico que a desprotecção social informa esta senhora que o seu complemento solidário de idoso iria baixar dos 60 euros mensais para 5 euros ...mas porquê lhe querem dar cinco euros??? Esta malta goza à fartazana com a gente ... Afinal esta Instituição pertence ou não à família das rapináceas ??? pertence pertence....ora vejam a fotografia , a águia ( desprotecção social ) e o utente a ser rapinado ( a andorinha e o estorninho ). Curiosamente a andorinha ainda voa, o coitado do estorninho que vai nas garras da Desprotecção Social -Governo de Portugal - é que já não pia...( não se vê muito bem na foto mas asseguro que lá vai...)


quinta-feira, 5 de junho de 2014

20 minutos do tendão do Ronaldo

Ontem, por incrível que pareça , foram dedicados 20 m de tempo de antena ao tendão do Ronaldo, hoje neste momento estão a falar no mesmo, mas antes falaram sobre os impostos, bem como a nossa televisão está tão banal, imaginem que o Ronaldo tem uma ascendência africana...tão a perceber??? Hamm?? Tão? Proponho em alternativa ao Jornal verem o master cheff...ou outra ..... qualquer. Fiquem bem!

terça-feira, 27 de maio de 2014

...e porque não o Pintassilgo


O verdilhão ...


A Europa Política perdeu....

Estas eleições revelam o que muitos teimam em não aceitar, provavelmente porque isso implica uma subtracção salarial o que não convém, o modelo Europeu onde estamos integrados simplesmente não funciona e a engrenagem que implementaram para que o velho mundo se tornasse próspero foi  e é um erro crasso e isso deve-se a um facto impiedosamente claro e transparente, não podemos subsistir nestes moldes enquanto existir clivagens entre os países do Norte e do Sul.
Uma união Europeia constituída por nações Ricas a comandar o desenvolvimento das nações Pobres simplesmente dá confusão e resulta na estrema negação do acto eleitoral por parte da população Europeia, nomeadamente dos Países que com menores recursos viram ao longo dos anos a sua estrutura económica e social alterada por força das determinações de pessoal "que lá de cima" ditou sentença e cá de baixo,obedientes chefes de estado, cumpriram escrupulosamente.
Por outro lado a Globalização trouxe novos contextos sociais, culturais e económicos que paulatinamente transformou o modo de nos posicionarmos perante o que nos rodeia e o que pensamos sobre a nossa existência. A tecnologia refogou  este caldo de mudança e trouxe novos sabores sobre o que queremos da modernidade, tornando os pensamentos colectivos mais exigentes sobre as coisas. Óbvio que populações mais instruídas , mais tarde ou mais cedo, revoltam-se sobre os mandamentos dos Senhores Papões , que desde sempre ( pois isto não é um fenómeno novo ) pensaram que  a fonte nunca secaria, e provavelmente até têm razão, porque apesar de tudo, o que dispomos para podermos compreender as relações que existem na vida social, cultural e política, acabamos por virar as costas ao que não acreditamos. Este erro permite que continuemos a ser....manipulados e admitimos democraticamente as eleições de quem não gostamos, simplesmente porque somos comodistas. 
Naturalmente que é legítimo não querermos votar, porque já não acreditamos, ou porque deixamos a resolução dos problemas aos outros, o que em última análise não funciona. Assim temos um cenário interessante, quem vai votar está ciente e convicto dos seus ideais, mas corremos o risco desses crentes serem de facções idealistas de extremas pretensões, como aconteceu em França.
A cultura política tem que mudar, a chave está na atitude que deve ser credibilizada num acto político direccionado para a democracia popular e maioritariamente representativa, o que não acontece. Neste caso temos o exemplo do nosso Presidente da República que foi eleito ( na legalidade da constituição ) por meia dúzia de votos, então questionamos se essa figura é representativa da nossa Sociedade? Não o é, mas seguramente que foi democraticamente eleito e quanto a isso nada podemos fazer. 
Teremos que caminhar colectivamente para a alteração dos princípios que regem o acto Político e Globaliza-lo no sentido do respeito e da igualdade, enquanto isso não suceder, a alternância do Poder será a realidade indesejável, bem....pode ser que apareça ou apareçam novas cabeças neste enleio todo e que a malta vá por conseguinte atrás na esperança da não demagogia.
O Velho Mundo, na minha maneira de ver, está de novo a requisitar mudança, e vejo essa necessidade com algum pessimismo, é que a História também nos diz como por vezes e sobre determinadas circunstâncias o acto colectivo pode fazer renascer ódios e sentimentos de pertença, Nacionalismos....os ciclos não são só naturais, a humanidade também se pauta por mudanças, umas vezes levam mais tempo, outras não.
A União Europeia , projecto que não é tão recente quanto se podem pensar, é baseada no ideal liberalista que em termos gerais pressupõem a liberdade individual como alavanca moderna de uma convergência intelectual  e filosófica comum que terminaria numa federação de Estados. Todavia nasce das contingências bélicas das guerras Europeias, ou seja, de grosso modo, é um objectivo que está contagiado pela diversidade das culturas imperialistas, que se enraizaram ao longo dos séculos. Isto tudo para dizer, que não obstante as ideias desta união Europeia serem de uma forma geral baseadas em princípios liberalistas e do exercício da cidadania individual no projecto colectivo, nunca será na prática um bom exemplo, enquanto existir efeitos residuais de objectivos imperialistas de Estados defraudados pela não vitória ( militar).
Bem...este contexto de uma União de Estados Europeus, convém referir, é explorado não só Politicamente como Filosoficamente,  seja Kant ou a outro nível por exemplo. Nietzsche, mas que a base é indiscutivelmente a universalidade do Europeu na transmissão dos valores Humanos e Democráticos.
Ora, a moralidade subjacente e a racionalidade das acções impressas por estes dois "Europeístas", são aproveitadas, já num contexto actual, pelos novos partidos de diversas correntes político-filosóficas que teoricamente são abolidos os absolutismos, mas que na prática , eu diria são mais autocracias disfarçadas, como o lobo vestido com pele de Ovelha.
Aglutinadas em famílias Europeias os nossos partidozinhos Tugas vão esfolando a malta com as suas palavras que já não mentem, são verdadeiras, explorando ao máximo uma cultura Política carregada de fachadas e teatralização, de risos hipócritas e palavras caras, mas que coadjuvados por uma imprensa demente, compram a hospitalidade do ser "Tuga" na sua maneira de pensar e estar, criando condições de regozijo e festejo pela vitória do Benfica no Campeonato e da neve que caiu na Serra da Estrela, enquanto a realidade da população bebe o limiar da fome , da tristeza e da depressão colectiva.

terça-feira, 29 de abril de 2014


a malta da passarada...da liga, do ceai...e da quercus

Hoje quando vou para o campo, por vezes lembro-me , e com uma alegria enorme, quando em quase todas as sextas-feiras ( isto já lá vão uns vinte anos ) na célebre garagem do " jóni ", sede embrionária de uma grande Associação local de Conservação da Natureza, o antigo VCNP, mais tarde CEAI, combinávamos a saída de observação de aves para o Sábado em Vale de Moura. Em grupos de cinco ou seis rapazes, por vezes de dois, lá íamos de bicicleta de formatos variados, catrapiando de bicla para a Albufeira, onde para deleito do nosso gosto pela passarada lá percorríamos o perímetro de vale de moura, às costas com o almoço, um livro de campo , uns binóculos e um guia de Aves. Este interesse de uma contemplação , quase que me atrevia a dizer "pastoral", levava-nos a estar horas em sintonia com a mãe Natureza. Hoje, porém, substituímos o antigamente por novas andanças, que ao fim e ao cabo se resumem ao mesmo, mudando unicamente o que carregamos e o que não carregamos " no carro ". Por vezes penso que os ganhos destes últimos anos , em termos de tecnologia, não nos tiraram conquistas importantes em termos de Humanidade, que na altura conseguíamos, e sem grande pretensão o escrevemos, e de uma forma peculiar moldámos o futuro que viria a assumir-se como um grande desafio...


sexta-feira, 28 de março de 2014

A nossa Sociedade é um sistema, podemos até inferir que em determinados contextos existe uma certa semelhança aos sistemas biológicos, como seja por exemplo uma célula, ou um qualquer ecossistema. Tudo é funcional e todos os actores ou organitos que compõem os sistemas desempenham um papel importante na coesão e na resposta aos estímulos. Não existe nada mais perfeito, (não estou a ser um evolucionista) que a harmonia colectiva de que é exemplo o mundo celular . Gostaria de poder ser mais requintado e quiçá ambicioso e traçar analogias bem compostas entre a célula e a nossa Sociedade, poder  fazer comparações , embora de grosso modo, funcionais . Este exercício até o iniciei, aliás após algumas pesquisas científicas cheguei a brilhantes conclusões que me direccionaram
para a perfeição, agora, dos ecossistemas naturais, e como tudo evoluiu baseado num princípio de estabilidade, homeostasia. Nestas pesquisas, todavia, encontrei um erro … não consegui encontrar semelhanças na natureza à nossa Classe Política, a única que mais se aproximou foi os encontros dos chimpazés quando vão dar corpo ás fémeas…. Mas mais, a única coisa bonita que encontrei foi a fotografia que apresento e que mostra claramente as semelhanças, mas no fim tive pena do coitado deve ser bem mais humano que aqueles que sabemos ….onde as mentiras grassam, num dia os valores são uns, no outro dia são outros, a pobreza aumenta exponencialmente, pessoas a passarem fome e sem dinheiro para medicamentos e no entanto gasta-se milhares de euros em escoltas policiais e helicópteros para acompanharem os JOGADORES DA BOLA… EPÁ DIGAM LÁ SE ISTO NÃO É UMA AUTÊNTICA MACACADA??????

quarta-feira, 5 de março de 2014

Nada mais actual ....que Miguel Torga


Podíamos tanta coisa..., podíamos dizer que o Presidente da República obedece à lógica dos mercados, podíamos dizer que temos um Governo de pessoas incompetentes, sem experiência, obedientes aos lobbies das grandes fortunas e das maçonarias descompensadas, mas estamos sempre e repetir o mesmo, o humanismo foi posto de lado , o Estado Social despenado da sua essência caminha abruptamente para o abismo e as riquezas aumentam para mal dos que vem a sua vida diminuir de qualidade...


"É Impossível que o Tempo Actual não Seja o Amanhecer doutra Era
É impossível que o tempo actual não seja o amanhecer doutra era, onde os homens signifiquem apenas um instinto às ordens da primeira solicitação. Tudo quanto era coerência, dignidade, hombridade, respeito humano, foi-se. Os dois ou três casos pessoais que conheço do século passado, levam-me a concluir que era uma gente naturalmente cheia de limitações, mas digna, direita, capaz de repetir no fim da vida a palavra com que se comprometera no início dela. Além disso heróica nas suas dores, sofrendo-as ao mesmo tempo com a tristeza do animal e a grandeza da pessoa. Agora é esta ferocidade que se vê, esta coragem que não dá para deixar abrir um panarício ou parir um filho sem anestesia, esta tartufice, que a gente chega a perguntar que diferença haverá entre uma humanidade que é daqui, dali, de acolá, conforme a brisa, e uma colónia de bichos que sentem a humidade ou o cheiro do alimento de certo lado, e não têm mais nenhuma hesitação nem mais nenhum entrave."
Miguel Torga, in "Diário (1942)"
Grifo nos arredores de Évora

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Olivença é exemplo da incapacidade de nos afirmarmos como Nação no contexto Europeu...

Certo que a questão de Olivença é e será sempre um marco histórico que revela que os acordos e tratados entre Países por vezes não são cumpridos. A amnésia Castelhana sobre o acordo que assinou no Tratado de Viena em 1815 e rectificou em 1817 em que se compromete a devolver o território de Olivença a Portugal, não só espelha o ímpeto Imperialista que ao longo da sua história marcaram os Castelhanos como de igual forma evidência a falta de poder negocial internacional, e também vontade Política, em reivindicarmos este território que é nosso por Direito.
A partir de determinada altura , a meu ver desde do reinado de D.João II, já que O venturoso Duque de Beja vem colher os frutos do antecessor, Portugal inicia a sua viragem para o declínio que nos assombra ainda hoje.
A questão do que fomos e do que somos actualmente é um assunto deveras complicado, não basta estarmos sempre a dizer que nunca tivemos ninguém à altura do comando de uma Grande nação, isso é um erro, tivemos e continuamos a ter. O problema é que no topo da hierarquia poucos tiveram coragem de assumirem as clivagens que surgiram ao longo da nossa História com outros Países, optando pelo reboque e obediência a Ingleses, Franceses, Alemães e Espanhóis, que inclusive no século XIX nos bloqueavam a barra do Tejo e nos impunham a " manu militari ". 
Salazar não obstante a linha fascista de Governação que tutelou, conseguiu despregar-se dos Impérios que sonhavam em ter Portugal como província sua, acabando com privilégios e adquirindo as empresas Portuguesas. 
Olivença continua teimosamente a ser Castelhana , digo Castelhana , pois não considero que Espanha seja uma nação, e Portugal simplesmente nada fez e simplesmente demonstrou não querer fazê-lo. Não temos competências nem força, muito menos agora que andamos novamente a reboque, a história repete-se e a soberania praticamente é requerida só quando, ainda, escrevemos e falamos em Português.
A questão Atlântica já submeteu um Presidente da República em garantir a nossa soberania, mas com Olivença , os castelhanos mandam e temos que obedecer. Penso que em muitos sectores da nossa Sociedade esta questão não tem a relevância de necessidade de Política Externa ou de afirmação de Portugal , até sou levado a concordar, mas o ponto principal da discórdia ou do assunto Olivença é de cumprimento de tratados Internacionais, é um questão de Direito e Justiça.
Mas porque queremos nós Olivença? Se do resto do território não damos conta e prestamos vassalagem ao Exterior, fomos invadidos novamente? É fácil perceber, as nossas Repúblicas, pelo menos as últimas, sublinham a alternância de poder em duas correntes políticas , que já demonstraram não terem qualidades em Governar, a corrupção invadiu e ficou há muito, e o povo teimosamente permite que isso suceda, afinal de quem é a culpa do declínio , da falta de ouro e petróleo????? Olivença terá que esperar..... 



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014


Isaltino com lugar em fundação depois da prisão - não há dúvida estamos pior que o Quénia

Por África temos na maioria dos casos países do terceiro mundo, aliás pela catalogação que fazem do nível de desenvolvimento social e económico quase todos são terceiro mundistas. Quanto a este facto assumimos que o seja, pois independente da acção das potências colonialistas durante séculos, estas sociedades parecem não aceitar princípios básicos da democracia , igualdade de géneros e direitos humanos essenciais. Motivos vários se assumem periclitantes para definirmos em que ponto de desenvolvimento um pais se encontra perante a Modernidade e a Tecnologia. A religião, a ausência de Educação desde as camadas mais Jovens, fazem naturalmente a diferença e concorrem para a edificação de Estados distantes da Globalização, pelo menos nos seus aspectos mais positivos.

A questão que me parece problemática e deveras intrigante e ao mesmo tempo Cómica, é que supostamente Portugal é uma sociedade moderna, com valores que norteiam os mais elementares princípios Democráticos, do exercício de cidadania e respeito pelo próximo. 

Será que assim o é ? Será que somos desenvolvidos? ou estamos a confundir esse conceito? Não seremos desenvolvidos só no papel e porque outrora fomos Grandes e neste momento eternamente badalhocos?? Que rebaldaria democrática permite que alguém que foi condenado por defraudar o Estado , burlar o Estado, ainda na prisão já tem um tacho na manga, pelos vistos legalmente atribuído ? Epá é demais...e sinceramente isto só acontece porque deixamos e porque efectivamente somos terceiro Mundistas, mas eu cá raspo-me dessas comparações, porque ao meu modo vou contestando este regabofe de uma corja de políticos, e  alguns com tentáculos na cultura, que só fazem m.... e lixam uma nação que foi edificado aos ombros de HOMENS GRANDES E MODERNOS.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/politica/isaltino-com-lugar-em-fundacao-depois-da-prisao

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O efeito da Tempestade Stafhanie

Além dos efeitos colaterais da força da natureza que há muito nos vem alertando para essa possibilidade em infra-estruturas habitacionais ou de lazer ao longo da costa, penso que esta tempestade também veio com a sua força de erosão completar aquilo que não tem remédio. Vi ontem na Televisão o Drº Paulo Portas a passear , como ele gosta, novamente por terras de Espanha, desta vez falando em Francês, lá foi dizendo que o IRS ia baixar para 2015, ano de eleições...O que mais me espanta, que nem foi esse comentário, é a pose que este político ostenta quando se dirige ás plateias , sorrindo com o cabelo pentiadinho que mais me fez lembrar um membro da nobreza na altura das perucas, mas aqui a tempestade levou-lhe parte da cabeleira.....e mais qualquer coisa...

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Alqueva ao entardecer


Um pouco de calmaria


A culpa também é da televisão....

Haja bom senso, ou pelo menos alguma dignidade Jornalística, estamos fartos das influências partidárias com objectivos de manipularem a opinião do povo através da televisão...No entender de quem filtra ou autoriza as reportagens, no fundo o que prevalece é o entretenimento, não interessa o povo culto... temos censura e grandes lobies instalados nas várias estações...ou duvidam disso?

Reparemos  nas grandes reportagens Televisivas carregadas de sentimento e de muita muita tristeza anexada, como foi a GRANDE REPORTAGEM SOBRE A FALÊNCIA DE ANTIGOS JOGADORES DE BOLA....

E perguntamos todos , então e os desgraçados que deram uma vida inteira por este Portugal, e que na melhor das hipóteses tem uma única refeição para consolar o estômago ??? E são todas as faixas etárias...e se tivermos coragem, perguntamos e aqueles que foram para a Guerra mandados por terceiros...e que de lá voltaram sem nada...e os que voltaram com alguma coisa...estropiados, desamparados, mutilados sem tuste nenhum, sem saberem porquê, a única coisa que interessava era a Bandeira, e a reportagem destes????   
ONDE ESTÁ?

Só faltava na reportagem do Cadete aparecer em rodapé o NIB da conta dele...

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A Inclusão de Minorias Étnicas 2ª parte

Fruto de anos de convivência com a comunidade cigana da Cruz da Picada ( Freguesia da Malagueira ) em Évora , aprendi a olhar uma realidade que de outra forma me parecia muito distante e complexa de interpretar à luz das problemáticas que lhes estão associadas. Acredito que os olhares que tinha sobre estas gentes se pautavam pela superficialidade, facto curioso pois alterou-se aquando comecei a desempenhar funções profissionais com esta comunidade. Todavia, e não obstante a minha curiosidade de investigador social, há muitos anos que convivo pessoalmente com elementos desta minoria étnica e que nunca , talvez por serem poucos e de trato fácil, tive a curiosidade em perceber as relações e as imensas redes de comunicação que se processam entre eles, imensamente impregnadas de conceitos e simbologia históricas estruturais.

Efectivamente a dificuldade em desenhar um quadro contextual que caracterize os processos da comunidade cigana em si e com o meio envolvente é elevada e evidencia sinais preocupantes de desvios comportamentais , em especial nos segmentos mais jovens, que no passado não se verificavam. Esta situação é tanto mais visível quanto maior for as dificuldades económicas que o pais atravessa.

Trazendo um pouco de Bourdieu a esta reflexão, a importância do espaço social onde se inscrevem as simbologias e  representações da minoria difere substancialmente do que o teorizado na generalidade para as sociedades, porquanto revela um sistema fechado cujo habitus se mantém inalterado contrariando a dinâmica que se espera na esfera do campo das socializações. A identidade e sentimento de pertença é assíduo e transmitido pela história própria , que deposita os testemunhos em alguns elementos, que por seu turno são o garante das suas tradições e preservação dos códigos e comportamentos sociais. Em suma, em determinadas circunstâncias, conseguimos detectar que a organização se auto-protege de influências externas.

A modernidade surge distanciada da realidade cigana nos aspectos mais intrínsecos, não obstante, segue em outros contextos a complexidade do mundo global , priorizando e redireccionando actividades económicas para campos mais limites e sintomáticos de comunidades agregadas em nichos tradicionalmente fechados ao meio envolvente.

As tradições encerram a identidade e de alguma força o espaço social perde a significância enquanto espaço real, substituindo-se num espaço social virtual e imaterial. A inclusão envolvida em processos e tentativas Políticas de carácter experimental, tem revelado que as Instituições não sabem , ou em casos mais particulares, não querem que a Inclusão se constitua um sucesso. Estamos constantemente a subsidiar condições sócio-culturais e económicas condutoras de uma mesma realidade Exclusão versus Inclusão e não saímos desta dicotomia. Ao observarmos a Comunidade Cigana de Espanha, verificamos que o sistema e as redes de relacionamento com o exterior são bem mais dinâmicas, facilitadoras e inclusivas. As tradições expandem-se e exteriorizam-se , alcançando patamares culturais, sociais, económicos e políticos bem distintos da realidade Portuguesa.

Na comunidade em causa, pude constatar ao longo dos anos factos que colocaram em evidência variáveis que são essenciais na abordagem da complexa rede de influências a que estão sujeitos dentro da sua própria organização , determinantes nas representações e produções simbólicas  que estruturam a construção da sua identidade.

Para conseguir determinar os diversos níveis de mediação, matéria que me interessava , tive naturalmente de compreender o funcionamento desta comunidade desde o extracto social mais alto ao mais baixo e como se processam as relações entre eles e paralelamente que elementos são fulcrais para a saúde e estabilidade comunitária enquanto sistema. Como comunicam, como se respeitam, a quem admitem a autoridade, o porquê da existência de vários grupos específicos dentro da comunidade, a religião e outras manifestações culturais foram importantes na conclusão de que existem três níveis de mediação.




terça-feira, 21 de janeiro de 2014