Colocação de fotografias e texto

As imagens que colam o real ao tempo e viajam no espaço, são neste blog um tema a explorar nas mais diversas áreas , trazendo até nós os seus pequenos universos conquistados ...num simples disparo.
"gentes e espaços", pretende também promover a discussão de temas importantes sobre ambiente e conservação, sociedades, cultura, politica entre outros...


quarta-feira, 17 de abril de 2013

O Pessoal do meu bairro...os "terríveis do bairro da caixa"  e os " passareiros "

A casa onde vivi grande parte da minha infância e juventude , situada na Avenida Heróis do Ultramar em Évora, na proximidade do célebre Bairro da Caixa, assumia-se como um local privilegiado de aprendizagens que me marcaram profundamente na construção da minha identidade. De um lado da rua constituíam-se grupos de Jovens  que denominávamos "os do bairro da caixa" na sua maioria mais velhos que eu, sempre de fisga ao bolso arremessando os projécteis aos ninhos de andorinhas e algumas vezes com as miras dirigidas à malta da minha Avenida. Nas proximidades da minha casa a criançada era mais ou menos da minha idade, ai formámos o nosso grupo da Avenida, onde as brincadeiras depois da escola eram todas aquelas que a imaginação e os recursos permitiam, a que os desenhos animados que passavam na televisão da época não eram alheios na arquitectura das fantasias que realizávamos. Com campo em redor as aventuras mais audazes seguiam o imaginário das guerras entre índios e cawbóis e da descoberta da natureza, tratando-se neste caso do rio xarrama nos arredores da Avenida.  Estas incursões a um Km de casa já  requeriam um planeamento mais elaborado, as distâncias nessas idades eram bem maiores que hoje, apesar de serem as mesmas, tudo nos parecia distante. Dos lançis dos passeios surgiam pistas de corridas de caricas que eram grandes circuitos de fórmula um, inclusive tínhamos campeonatos e calendários a cumprir, equipas de corridas de caricas decoradas com o maior rigor que as canetas de filtro permitia, perfilavam nos passeios que geralmente eram respeitados pelos automóveis dos pais. Naturalmente que a complexidade das brincadeiras foi um processo evolutivo, das caricas para carros em miniaturas, depois para carros de todo-o-terreno, a bola, as noitadas de musica com a malta da Avenida, onde som dos Led Zeppellin e dos Barclay James Harvest incomodavam os respectivos moradores e nos faziam ir deitar mais cedo. De uma forma geral o processo socializador pautava-se pela influência familiar, da escola e dos grupos de pares, num contexto social e cultural muito marcado pelos ecos da revolução de Abril .
Tive a sorte , já com os meus 14 anos , de encontrar na Avenida ao pé da minha, um grupo de jovens da minha idade, que se dedicavam à Observação de Aves. Apanhado no meio de várias influências sobre diversos percursos sociais e culturais que poderia seguir , entre os quais a Esgrima a tropa ou uma juventude política qualquer se assumiam sérios candidatos ao primeiro lugar, decidi integrar o Grupo dos Passareiros. Esta aventura, este virar de rumo sem planeamento, cativou a minha atenção e de alguma forma estruturou a minha personalidade e a minha maneira de ver as coisas.
Hoje observamos , infelizmente, crianças que acompanhados dos pais num qualquer restaurante , fazem-se acompanhar igualmente de instrumentos tecnológicos de jogos ( PlayStation; Tablets ...), e nesse momento tão singular como participar numa refeição com os pais onde se supõem um diálogo, uma aprendizagem, o que mais fazem é olhar para o ecrán, e tudo passa ...Naturalmente que os tempos evoluíram em várias direcções e domínios , a questão é : Não nos artificializámos em exagero julgando que algumas práticas antigas não faziam sentido na Modernidade, e por querermos a todo custo ser Modernos, acabámos por nem ser Modernos nem saber viver numa sociedade se de um momento para o outro faltar alguma tecnologia ? Então, esta Modernidade não implica aprendizagem do processo, limita a acção , nesta caso das crianças e dos jovens ao momento e ao material, sem requerer algum tipo de retrospectiva no entendimento das coisas e da vida, qualquer dia criamos crianças que querem viver dentro do tablet ou do Pc, ou mesmo dentro da Internet!


Um dos primeiros apontamentos de campo 


O caderno e o lápis acompanhavam-nos sempre que íamos para o campo ver Aves, assim eram passadas as tardes livres e alguns fins  de semana




terça-feira, 16 de abril de 2013

As alterações climáticas


As alterações climáticas têm contribuído ao longo do tempo para o acumular de mutações genéticas, importantes e significativas, na espécie humana. Os políticos, de especiação duvidosa, são os que em regra geral se sentam no topo da hierarquia social, são os que, dada a altura onde se movimentam, estão mais expostos a estas impiedosas e fustigantes transformações, que lamentavelmente se codificam nos seus reais cromossomas e passam de geração a geração. O resto da populaça apanha directamente e indirectamente com estes novos seres, mutantes de seu nome, habituados a nichos de escritórios que ocupam e não largam. Desta forma, vão degradando ainda mais o que o clima ainda não conseguiu, retirando as conquistas, as descobertas, os avanços e as contemplações que a Humanidade conseguiu num processo lento mas rico de essência.
Uma realidade humilhante que nos põem à prova , numa corrida que requer a nossa participação, nem que seja em pequenos momentos de conversas, testemunhos e reflexões.