Colocação de fotografias e texto

As imagens que colam o real ao tempo e viajam no espaço, são neste blog um tema a explorar nas mais diversas áreas , trazendo até nós os seus pequenos universos conquistados ...num simples disparo.
"gentes e espaços", pretende também promover a discussão de temas importantes sobre ambiente e conservação, sociedades, cultura, politica entre outros...


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Olivença é exemplo da incapacidade de nos afirmarmos como Nação no contexto Europeu...

Certo que a questão de Olivença é e será sempre um marco histórico que revela que os acordos e tratados entre Países por vezes não são cumpridos. A amnésia Castelhana sobre o acordo que assinou no Tratado de Viena em 1815 e rectificou em 1817 em que se compromete a devolver o território de Olivença a Portugal, não só espelha o ímpeto Imperialista que ao longo da sua história marcaram os Castelhanos como de igual forma evidência a falta de poder negocial internacional, e também vontade Política, em reivindicarmos este território que é nosso por Direito.
A partir de determinada altura , a meu ver desde do reinado de D.João II, já que O venturoso Duque de Beja vem colher os frutos do antecessor, Portugal inicia a sua viragem para o declínio que nos assombra ainda hoje.
A questão do que fomos e do que somos actualmente é um assunto deveras complicado, não basta estarmos sempre a dizer que nunca tivemos ninguém à altura do comando de uma Grande nação, isso é um erro, tivemos e continuamos a ter. O problema é que no topo da hierarquia poucos tiveram coragem de assumirem as clivagens que surgiram ao longo da nossa História com outros Países, optando pelo reboque e obediência a Ingleses, Franceses, Alemães e Espanhóis, que inclusive no século XIX nos bloqueavam a barra do Tejo e nos impunham a " manu militari ". 
Salazar não obstante a linha fascista de Governação que tutelou, conseguiu despregar-se dos Impérios que sonhavam em ter Portugal como província sua, acabando com privilégios e adquirindo as empresas Portuguesas. 
Olivença continua teimosamente a ser Castelhana , digo Castelhana , pois não considero que Espanha seja uma nação, e Portugal simplesmente nada fez e simplesmente demonstrou não querer fazê-lo. Não temos competências nem força, muito menos agora que andamos novamente a reboque, a história repete-se e a soberania praticamente é requerida só quando, ainda, escrevemos e falamos em Português.
A questão Atlântica já submeteu um Presidente da República em garantir a nossa soberania, mas com Olivença , os castelhanos mandam e temos que obedecer. Penso que em muitos sectores da nossa Sociedade esta questão não tem a relevância de necessidade de Política Externa ou de afirmação de Portugal , até sou levado a concordar, mas o ponto principal da discórdia ou do assunto Olivença é de cumprimento de tratados Internacionais, é um questão de Direito e Justiça.
Mas porque queremos nós Olivença? Se do resto do território não damos conta e prestamos vassalagem ao Exterior, fomos invadidos novamente? É fácil perceber, as nossas Repúblicas, pelo menos as últimas, sublinham a alternância de poder em duas correntes políticas , que já demonstraram não terem qualidades em Governar, a corrupção invadiu e ficou há muito, e o povo teimosamente permite que isso suceda, afinal de quem é a culpa do declínio , da falta de ouro e petróleo????? Olivença terá que esperar..... 



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014


Isaltino com lugar em fundação depois da prisão - não há dúvida estamos pior que o Quénia

Por África temos na maioria dos casos países do terceiro mundo, aliás pela catalogação que fazem do nível de desenvolvimento social e económico quase todos são terceiro mundistas. Quanto a este facto assumimos que o seja, pois independente da acção das potências colonialistas durante séculos, estas sociedades parecem não aceitar princípios básicos da democracia , igualdade de géneros e direitos humanos essenciais. Motivos vários se assumem periclitantes para definirmos em que ponto de desenvolvimento um pais se encontra perante a Modernidade e a Tecnologia. A religião, a ausência de Educação desde as camadas mais Jovens, fazem naturalmente a diferença e concorrem para a edificação de Estados distantes da Globalização, pelo menos nos seus aspectos mais positivos.

A questão que me parece problemática e deveras intrigante e ao mesmo tempo Cómica, é que supostamente Portugal é uma sociedade moderna, com valores que norteiam os mais elementares princípios Democráticos, do exercício de cidadania e respeito pelo próximo. 

Será que assim o é ? Será que somos desenvolvidos? ou estamos a confundir esse conceito? Não seremos desenvolvidos só no papel e porque outrora fomos Grandes e neste momento eternamente badalhocos?? Que rebaldaria democrática permite que alguém que foi condenado por defraudar o Estado , burlar o Estado, ainda na prisão já tem um tacho na manga, pelos vistos legalmente atribuído ? Epá é demais...e sinceramente isto só acontece porque deixamos e porque efectivamente somos terceiro Mundistas, mas eu cá raspo-me dessas comparações, porque ao meu modo vou contestando este regabofe de uma corja de políticos, e  alguns com tentáculos na cultura, que só fazem m.... e lixam uma nação que foi edificado aos ombros de HOMENS GRANDES E MODERNOS.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/politica/isaltino-com-lugar-em-fundacao-depois-da-prisao

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O efeito da Tempestade Stafhanie

Além dos efeitos colaterais da força da natureza que há muito nos vem alertando para essa possibilidade em infra-estruturas habitacionais ou de lazer ao longo da costa, penso que esta tempestade também veio com a sua força de erosão completar aquilo que não tem remédio. Vi ontem na Televisão o Drº Paulo Portas a passear , como ele gosta, novamente por terras de Espanha, desta vez falando em Francês, lá foi dizendo que o IRS ia baixar para 2015, ano de eleições...O que mais me espanta, que nem foi esse comentário, é a pose que este político ostenta quando se dirige ás plateias , sorrindo com o cabelo pentiadinho que mais me fez lembrar um membro da nobreza na altura das perucas, mas aqui a tempestade levou-lhe parte da cabeleira.....e mais qualquer coisa...

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Alqueva ao entardecer


Um pouco de calmaria


A culpa também é da televisão....

Haja bom senso, ou pelo menos alguma dignidade Jornalística, estamos fartos das influências partidárias com objectivos de manipularem a opinião do povo através da televisão...No entender de quem filtra ou autoriza as reportagens, no fundo o que prevalece é o entretenimento, não interessa o povo culto... temos censura e grandes lobies instalados nas várias estações...ou duvidam disso?

Reparemos  nas grandes reportagens Televisivas carregadas de sentimento e de muita muita tristeza anexada, como foi a GRANDE REPORTAGEM SOBRE A FALÊNCIA DE ANTIGOS JOGADORES DE BOLA....

E perguntamos todos , então e os desgraçados que deram uma vida inteira por este Portugal, e que na melhor das hipóteses tem uma única refeição para consolar o estômago ??? E são todas as faixas etárias...e se tivermos coragem, perguntamos e aqueles que foram para a Guerra mandados por terceiros...e que de lá voltaram sem nada...e os que voltaram com alguma coisa...estropiados, desamparados, mutilados sem tuste nenhum, sem saberem porquê, a única coisa que interessava era a Bandeira, e a reportagem destes????   
ONDE ESTÁ?

Só faltava na reportagem do Cadete aparecer em rodapé o NIB da conta dele...

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A Inclusão de Minorias Étnicas 2ª parte

Fruto de anos de convivência com a comunidade cigana da Cruz da Picada ( Freguesia da Malagueira ) em Évora , aprendi a olhar uma realidade que de outra forma me parecia muito distante e complexa de interpretar à luz das problemáticas que lhes estão associadas. Acredito que os olhares que tinha sobre estas gentes se pautavam pela superficialidade, facto curioso pois alterou-se aquando comecei a desempenhar funções profissionais com esta comunidade. Todavia, e não obstante a minha curiosidade de investigador social, há muitos anos que convivo pessoalmente com elementos desta minoria étnica e que nunca , talvez por serem poucos e de trato fácil, tive a curiosidade em perceber as relações e as imensas redes de comunicação que se processam entre eles, imensamente impregnadas de conceitos e simbologia históricas estruturais.

Efectivamente a dificuldade em desenhar um quadro contextual que caracterize os processos da comunidade cigana em si e com o meio envolvente é elevada e evidencia sinais preocupantes de desvios comportamentais , em especial nos segmentos mais jovens, que no passado não se verificavam. Esta situação é tanto mais visível quanto maior for as dificuldades económicas que o pais atravessa.

Trazendo um pouco de Bourdieu a esta reflexão, a importância do espaço social onde se inscrevem as simbologias e  representações da minoria difere substancialmente do que o teorizado na generalidade para as sociedades, porquanto revela um sistema fechado cujo habitus se mantém inalterado contrariando a dinâmica que se espera na esfera do campo das socializações. A identidade e sentimento de pertença é assíduo e transmitido pela história própria , que deposita os testemunhos em alguns elementos, que por seu turno são o garante das suas tradições e preservação dos códigos e comportamentos sociais. Em suma, em determinadas circunstâncias, conseguimos detectar que a organização se auto-protege de influências externas.

A modernidade surge distanciada da realidade cigana nos aspectos mais intrínsecos, não obstante, segue em outros contextos a complexidade do mundo global , priorizando e redireccionando actividades económicas para campos mais limites e sintomáticos de comunidades agregadas em nichos tradicionalmente fechados ao meio envolvente.

As tradições encerram a identidade e de alguma força o espaço social perde a significância enquanto espaço real, substituindo-se num espaço social virtual e imaterial. A inclusão envolvida em processos e tentativas Políticas de carácter experimental, tem revelado que as Instituições não sabem , ou em casos mais particulares, não querem que a Inclusão se constitua um sucesso. Estamos constantemente a subsidiar condições sócio-culturais e económicas condutoras de uma mesma realidade Exclusão versus Inclusão e não saímos desta dicotomia. Ao observarmos a Comunidade Cigana de Espanha, verificamos que o sistema e as redes de relacionamento com o exterior são bem mais dinâmicas, facilitadoras e inclusivas. As tradições expandem-se e exteriorizam-se , alcançando patamares culturais, sociais, económicos e políticos bem distintos da realidade Portuguesa.

Na comunidade em causa, pude constatar ao longo dos anos factos que colocaram em evidência variáveis que são essenciais na abordagem da complexa rede de influências a que estão sujeitos dentro da sua própria organização , determinantes nas representações e produções simbólicas  que estruturam a construção da sua identidade.

Para conseguir determinar os diversos níveis de mediação, matéria que me interessava , tive naturalmente de compreender o funcionamento desta comunidade desde o extracto social mais alto ao mais baixo e como se processam as relações entre eles e paralelamente que elementos são fulcrais para a saúde e estabilidade comunitária enquanto sistema. Como comunicam, como se respeitam, a quem admitem a autoridade, o porquê da existência de vários grupos específicos dentro da comunidade, a religião e outras manifestações culturais foram importantes na conclusão de que existem três níveis de mediação.